Você que é filho da triste cidade grande
Onde o luxo se expande nas planícies da vaidade
Vive preso no laço da fantasia
Bem distante da poesia que se chama liberdade
Seu mundo triste de beleza está deserto
A paisagem de concreto cobre os campos da ilusão
Reconheço que a cidade o fascina
Pois você não imagina como é lindo o meu sertão
Vem meu amigo conhecer um sertanejo
E ouvir o som do arpejo da viola soluçar
Fico feliz quando chego aqui nos montes
Sobre o dorso do horizonte bem de fronte ao luar
De madrugada já se vê do outro lado
Um lençol avermelhado estendido bem distante
É o Sol que surge com seus raios de agasalho
Aquecendo o orvalho sobre a relva tremulante
O dia passa, desce a tarde tão serena
Logo a noite entra em cena com seus belos requisitos
No horizonte deita o Sol, levanta a Lua
E a beleza continua na amplidão do infinito
Vem meu amigo conhecer um sertanejo
E ouvir o som do arpejo da viola soluçar
Fico feliz quando chego aqui nos montes
Sobre o dorso do horizonte bem de fronte ao luar